Autoridades de Nova Lima ignoram crimes anunciados ao vivo na TV Banqueta

A população gosta de assistir às sessões semanais da Câmara Municipal de Nova Lima pela TV Banqueta: além do desfile de vaidades incontidas, são comuns demonstrações de arrogância e denúncias de vereadores contra colegas por supostos crimes praticados na contratação de parentes, fraudes em licitação e “rachadinhas” de salários com assessores, conforme se comprova na coleção de vídeos publicados no YouTube.

Na semana passada, além das denúncias habituais de uns contra os outros, houve cenas dignas de teatro: o prefeito enviou projeto de aumento de salário dos servidores, os vereadores ligados ao presidente Fausto Niquini apresentaram emendas aos projetos propondo aumentos maiores, com votação nominal, obrigando os vereadores Coxinha, Kim, Zé Guedes, Boi e Wesley a votar contra os funcionários, enfrentando as vaias dos presentes no plenário.Irritado com essa exposição e com as vaias dos servidores, o vereador Wesley de Jesus (PEN) propôs dar um aumento de 15% aos professores, retirando o valor de R$5 milhões do orçamento da Câmara Municipal.

Essa proposta foi considerada demagógica por outros vereadores e gerou discussões e denúncias de nepotismo e excesso de nomeações na Câmara e na Prefeitura entre os vereadores Wesley e Fausto Niquini (PSD).São cenas que se repetem quase semanalmente sem que nenhuma autoridade da cidade se sinta envergonhada com a falta de providências contra crimes anunciados ao vivo em plena TV.

Sérgio Americano Mendes, ativista do movimento RenovaLima, destacou que o grupo vem lutando pela diminuição das despesas absurdas da Câmara desde 2015, porém nunca teve o apoio dos vereadores. “No início do governo atual, o prefeito Vitor Penido e seu então chefe de gabinete, Wesley de Jesus, apoiaram nossa proposta, mas logo o prefeito se ‘esqueceu’ daquela promessa de campanha e passou a nomear centenas de cargos comissionados, inclusive parentes e amigos”, disse.“No próximo dia 28, o prefeito Vitor e seu filho irão se sentar no banco de réus para responder por ação de nepotismo”, lembrou Lucas Galuppo.

Já Felipe da Mata acrescentou: “Os vereadores são a favor de cortar na carne, mas apenas na carne dos outros, e não abrem mão das dezenas de cargos inúteis distribuídos a seus assessores e sob suspeita de ‘rachadinha’ de salários.”O que se espera é que as autoridades finalmente saiam do imobilismo e apurem os supostos crimes antes que caiam em completo descrédito perante a sociedade.

Juliana Fidêncio

juliana@ceger.com.br

Postado: 18/11/2019

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